Realizei a leitura deste texto, ontem na apresentação do dia das mães, com uma música instrumental de fundo.
É um texto muito bonito e quero compartilhar com todos vocês.
É para toda a mulher mãe, pai mãe, dinda mãe, dindo mãe, vó mãe, vô mãe, tia e tio mãe, ser humano mãe.
Enfim, para toda aquela pessoa que é responsável por alguém e que o ama, com um amor de mãe e por isso faz o
papel de mãe na vida de muitas crianças.
Ser mãe é acima de tudo amar.
Para todas as pessoas que são mães, independente
do laço corporal.
VIAGEM DO RENASCIMENTO
Achava-se numa ilha de esperança, em
pleno mar da Espiritualidade, consciente de que me aproximava do retorno à vida
física.
Pensava na jovem que me receberia nos
braços.
Lembrava-me de havê-la conhecido em
outras estâncias. A memória, porem, lutava para reconstituir-lhe a imagem
dentro de mim. Só ela conseguiria fixar-me de novo na Terra, pela força do
amor.
Correi os olhos, como quem se preparava
para uma jornada intuitiva de volta ao passado, no intuito de refazer-lhe os
traços.
Era ela, sim, que devia esperar-me.
Sentia-lhe as mãos de veludo,
resguardando-me a segurança, enquanto os seus pensamentos perpassavam por minha
cabeça, com a suavidade das brisas que se movimentam no alvorecer.
Revia-lhe os olhos, na tela de minhas
reminiscências, à feição de estrelas que me descobriam a alma.
No intimo, registrava-lhe o calor da fé
em Deus e em si mesma, refundindo-me as energias, de modo a retornar-me na
existência terrestre.
Percebia-lhe, de novo, nas fibras
recônditas do espírito, a coragem sem temeridade, a beleza sem orgulho, a
bondade sem afetação, a lealdade sem fraqueza, a confiança sem desânimo, o amor
sem vacilações e a luz sem sombra...
Só então notei que a meditação se me
transformara numa viagem maravilhosa...
Desligara-me da ilha em que achava e
reconhecia-me sob poder de atração inexplicável.
Vi-me no aconchego de um lar em que ela
me aguardava.
A irradiação estelar que lhe fluía do
peito era o seu coração a falar-me de seus sonhos e aspirações.
Queria um filho que era eu mesmo.
Nunca a julguei tão linda a esperar-me,
a fim de instilar-me vida nova.
Beijei-lhe a face com a simplicidade da
flor humana em que passara a transfigurar-me.
Ela chorou e envolvi-lhe os cabelos, com
as minhas próprias lágrimas.
Observei-me na condição do menino que
ela própria mentalizara e, recolhendo-me ao seu colo, descansei com a
despreocupação da criança que novamente começara a ser.
Quis gritar a minha felicidade em
cânticos de louvor a Deus, mas repousando junto àquele coração, à maneira da
ave cansada que se reacomoda no ninho, pude apenas dizer: “Minha mãe!... Minha
mãe!...”
(Do livro "Presença de Luz", pelo Espírito
Augusto Cezar, Francisco Cândido Xavier)
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